Esse fim de semana fui ver "O Equilibrista", um documentário imperdível, que conta a história de Phillippe Petit, um francês que realizou a façanha de se equilibrar num cabo de aço entre as torres gêmeas do World Trade Center, em 1974. Você tem todo direito de se perguntar: eu vou pagar R$ 16,00 pra ver um aventureiro se equilibrando durante duas horas? Pague, meu amigo, pague. E não te arrependerás. O filme é muito mais do que isso. Petit é um personagem encantador, obstinado, romântico e seu objetivo maior pode ser encarado como uma grande metáfora da vida. Bom, mas não é exatamente sobre o filme que quero falar. É que durante essa sessão, algo curioso me ocorreu. Somos de uma geração que vê e produz documentários de grandes artistas, músicos, atores, realizadores. As personalidades da época de nossos pais e avós tinham mais tempo para criar e fizeram muita história. História essa da qual nos revelamos ótimos contadores e investigadores. Não temos tempo de ficar horas com os amigos, sem muita preocupação com o futuro, compondo pérolas, como faziam Tom Jobim e companhia, no apartamento de Nara Leão, de onde saiu a fina flor da bossa nova. Somos de outro tempo - somos do tempo em que tempo é dinheiro, em que os "berries" e msn's da vida - inicialmente criados para que economizássemos tempo - tiram-nos mais tempo do que nunca. "Tempo, tempo, tempo, tempo" - canta nosso Caetano, e hoje repetimos esse mesmo refrão sem o romance de antigamente. Mas isso faz de nós, como falei acima, ótimos contadores dessas histórias deliciosas. Temos a tecnologia a nosso favor e isso faz com que os registros de épocas passadas estejam prontos para a apreciação do público de forma rápida e muito bem acabada. Aí, como uma reflexão puxa outra nesta mente inquieta, me perguntei: e os nossos filhos, que tipo de documentário verão? Provavelmente, filmes que contarão as histórias de vida de Steve Jobs, Evan Williams, algum cineasta premiado com seus filmes feitos em celular ou até mesmo alguns de nós que vão se sobressair em meio à massa apertadora de botões. Antes que alguém me pergunte, isso está longe de ser uma crítica. É apenas uma constatação de que os tempos são outros e serão outros ainda mais diferentes quando nossos filhos estiverem crescidos. O tempo passa e se renova. E é nessa maré que vêm e vão os heróis de cada tempo.
segunda-feira, maio 11, 2009
quinta-feira, maio 07, 2009
Santo apóstrofo!
Não consegui fazer a figura ficar maior, mas explico: esse é um trecho de uma prova, provavelmente feita por um jovem do ensino médio, em que pergunta-se qual é a função do apóstrofo. Eis a resposta:
"Apóstrofos são os amigos de Jesus, que se juntaram naquela jantinha, que Michelângelo fotografou".
Hein?
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