segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Tirania?

Sábado, 18 de fevereiro: enquanto os gatosos (mistura de gatos com idosos)dos Rolling Stones faziam seu mega show, na praia de Copacabana, eu comia bolinhos de camarão com catupiry, tomava caipivodka de kiwi e namorava muito, num bar perto de casa. Na TV, é claro, a transmissão do evento, na íntegra. A noite estava especial. Tratava-se de um sábado, num bar recém-aberto e a calma reinava no recinto. Lugares de sobra, atendimento impecável. O melhor dia do ano para sair por aí e aproveitar a bella noite que fazia.

Realmente, eu não tenho mais paciência para certas coisas. Só de pensar em me enfiar no meio de um milhão e duzentas mil pessoas, para ver os caras de longe - sim, porque eu tenho horror à multidão e, por nada, ficaria na fila do gargarejo - e ainda correr um risco ainda maior do que o normal de ser assaltada, esfaqueada, atingida por um galho de árvore, porque pessoas sem educação escalaram as pobre coitadas, querer ir ao banheiro e ter que entrar num daqueles químicos, com neguinho fazendo as estruturas de arquibancadas (tudo isso aconteceu com pessoas reais)... Olha, francamente, fiquei fora desse programa de índio! Dizem que na área VIP foi diferente. Mas, como não sou VIP, nem nada... Para a paz do meu lar fui depois da caipivodka.

No dia seguinte... "Suvaco do Cristo". Saí para fazer um trabalho de manhã e quase não entrei em casa na volta. Já me irritei. Mas, como agora faço yoga, irrito e "desirrito" rapidinho. Resolvi almoçar. Fui a pé. Era uma mar de gente na rua! Não tive dúvida: acabei de comer, peguei um filme e fui direto pra casa. Mais tarde, lá pelas 20h, tentei sair. Não consegui. O trânsito era mega, assim como o show do dia anterior. Voltei e desisti.

Não consigo me conformar com esse tipo de evento que tira a liberdade dos outros de ir e vir. Calma aê! Não ter como sair de casa por causa de um show (conheço pessoas, moradoras de Copacabana, que não conseguiram chegar em casa, depois de um dia de trabalho - sim, pessoas trabalham aos sábados - no dia dos Stones)ou por causa de um bloco de Carnaval?! Onde é que nós estamos?!

Nada contra eventos que promovem o Rio e alegram o povo. Mas, me parece que a nossa Cidade Maravilhosa está sob o comando de tiranos...

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

13 de Fevereiro

Era segunda-feira, 13 de fevereiro.

Depois da aula de teatro, ela passou no aniversário de uma pessoa muito especial, para deixar um beijo e uma lembrança.

A rua de Botafogo estava vazia, já passava das 22h. Parou o carro em frente ao cinema de arte e caminhou em direção ao bar. Subiu as escadas e lá estava ele. Camisa azul marinho, calça jeans e um copo de cerveja na mão, é claro.

O desejo de feliz aniversário, a entrega do presente - o amuleto renovado - o papo breve. Era uma experiência inusitada, de resultado imprevisível. Há muito, ela não via aquelas pessoas, não conversava com alguém da família, não vivia aquele tipo de situação. Tudo bem, tudo em ordem, tudo ótimo, na verdade. E a confirmação disso veio logo, logo...

O bolo do Botafofo na mesa, os chapéus do mesmo time sobre os guardanapos, como numa festa de criança. E o aniversariante parecendo muito feliz, cercado dos melhores amigos e das pessoas por quem tem mais carinho.

"Parabéns pra você, nessa data querida..." Nessa hora, seus olhos viraram uma lente de cinema e tudo era como um filme. Ela mais afastada da mesa, fazendo o foco. E, de repente, como se filmasse mesmo tudo aquilo, fez-se a seguinte narração: "Que bacana. Estar aqui diante de tudo isso, com a cabeça em ordem e o coração também. Que bom que não sou mais parte integrante desse grupo. Que bom que não estou mais na condição de primeira dama, que bom que tenho a certeza de que fizemos a coisa certa, na hora certa e - ainda - que bom que estamos mais felizes agora: ele lá, eu cá e com muito carinho um pelo outro. E que bom que isso me basta."

Caros, a confirmação pode tardar, mas ela chega. E, se não contraria suas suspeitas, a sensação é quase a de um orgasmo.

É, deve estar tendo festa em Marte hoje...

domingo, fevereiro 12, 2006

Johnny e June

Por enquanto, o título acima lidera a minha lista dos melhores filmes.

Love "u" all!

Passa rápido...

Em abril faz um ano que ...

Saí de casa.
Saí de uma história bonita e complicada de amor.
Saí dos 28 anos.
Saí da vida de free lancer.
Saí dos 60 kilos.
Saí do sedentarismo.
Saí da minha própria prisão.
Saí do negativo.
Saí da aula de teatro.
Saí da mente e entrei no coração.

Ufa! Às vezes, é necessário esvaziar...

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Assassino na Cadeia

"A 39 Vara Criminal do Rio condenou ontem a 25 anos de prisão Danilo Oliveira de Almeida, assassino de Fernando Villela de Andrade Neto, o Fervil, pioneiro do jornalismo de internet. Fervil foi morto com um tiro, em 2004, num assalto no bairro do Santo Cristo, no Rio".

(Coluna do Ancelmo Gois, Jornal o Globo, 09/02/2006)
http://oglobo.globo.com/jornal/colunas/ancelmo.asp

xxx

Fico muito feliz pelo fato da justiça ter sido feita e parabenizo a todos que estiveram envolvidos nas ações que contribuiram para a captura do assassino. Saudades desse grande amigo que se foi...

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Viajar é preciso

O cenário a minha frente é o seguinte: mesas marrons, como aquelas de repartições públicas, máquinas mais ou menos velozes, pessoas bacanas conversando. Tudo isso sob uma luz feia, opaca. Mais próximo de mim, o computador onde escrevo. Em cima da CPU, uma bonequinha jornalista e uma bruxinha de cabelos longos e pretos, nariz protuberante, verruga no queixo, pronta pra decolar.

Engraçado, parei na bruxinha e fiquei. Horas a fio, olhando fixamente aquele ser que, até onde sei, só existe nos contos-de-fada. E, apesar de não ter nenhum semelhança física com ela - pelo menos, eu acho - me transferi para aquela vassoura e decolei junto com sua dona. Ufa! Quase não a alcanço no solo!

Vou explicar: às vezes, tenho uma vontade louca de embarcar num desses transportes "mucho locos", tais como vassouras de bruxas, carros do futuro, cachorro da "História Sem Fim", nave do E.T e fazer uma viagem. Sei lá pra onde. Ligar o piloto automático e partir. Tem gente que não é nada adepta, mas eu gosto - e muito -de embarcar rumo ao desconhecido.

Onde fui parar, já não sei mais, não lembro. Mas, quando voltei percebi que preciso fazer mais viagens como essa. É necessário desligar, entrar num lugar que nem você sabe onde fica. E voltar. Ouvir o sino e voltar renovada. Nem que seja por um minuto. É necessário, é preciso. Não sei o motivo. Mas, sei que é.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Cinema e Caipirinha

Sempre que me sobra um dinheirinho depois de pagar as contas, torro quase tudo em cinema. Um ótimo investimento, principalmente neste verão insuportável que o Rio de Janeiro está enfrentando. Aqui vão algumas dicas pra quem adora entrar numa sala escura de cinema, com ar condicionado, em plena tarde (a sessão de 13h é uma experiência!) de sábado, enquanto a maioria dos mortais está fritando a cuca, nos 40 graus das praias cariocas ("dermelivre")!

1 - "Boa Noite e Boa Sorte" - Já vale pelo discurso de Murrow, que inicia e encerra o filme. Sensacional!
2 - "O Segredo de Brokeback Mountain" - Amor, amor, amor...
3 - "A Marcha dos Pingüins" - A natureza em um de seus mais belos ensaios. E uma equipe muito corajosa!
4 - "2046 - Os Segredos do Amor" - O amor só é possível quando não realizado. O filme propõe essa perigosa reflexão.

Depois de assistir a um deles no horário que indiquei, feche a tarde com uma boa caipirinha e bolinhos de bacalhau com bastante azeite! Sua vida nunca mais será a mesma...

Por enquanto, são meus predileitos. "Inté"!