O Sol nascia e lá estávamos nós na estrada, em busca de mais uma encantadora história da caatinga paraibana. Quantas riquezas, quantos personagens! Nossa base era em Campina Grande, a cidade da moscas! Nosso hotel, o mais tabajara que possa passar pela sua cabeça. Mas, já que estávamos lá, que aproveitássemos.
Viajar a trabalho, com muita responsabilidade nas costas é cansativo, provoca dores no pescoço, tensão. Mas, não adianta: viajar é sempre mágico. Mesmo que não seja para o melhor lugar, com a melhor companhia.
Passaram por nós vacas, bodes, galinhas, cahorros, lagartos típicos de documentários do "National Geographic" e muita gente que a gente, aqui no mundico, nem sabe que existe. Seu Inácio, Dona Socorro, a filha Cláudia... Famílias que tiram do solo árido a sobrevivência, pessoas que lhe oferecem um sorriso, sem nem saber quem você é. Outro mundo. Dentro do nosso Brasil.
Minha impressão era de que tínhamos tirado férias da loucura da cidade grande. Férias? Como assim férias, trabalhando 12 horas por dia? Sei lá, a sensação era de exaustão, mas também de férias do barulho, da falta de educação dos habitantes do mundico, das manchetes violentas dos jornais...
É claro que a saudade das coisas boas batia apertada. E, como o telefone já chegou por lá (sacanagem!), por que não fazer o uso do bichinho pra acabar com o aperto no coração e falar, por horas, com quem se gosta? Aprendi também palavras oriundas de um dialeto paraibano muito particular. A de que me lembro agora é "arrodeia". Para chegar em qualquer lugar na Paraíba, você tem que "arrodear".
Vamos agora a algumas dicas sobre o interior paraibano:
1 - As moscas do mundo todo moram lá. Por isso, vá pronto para comer bode (eka!) com as companheiras sobrevoando o prato.
2 - Pra quem não gosta de bode, não sobram muitas opções. Come-se muito mal. E sempre com mosca.
3 - Não se hospede nunca num hotel chamado Serrano, em Campina Grande. O site é uma maravilha, mas pessoalmente... "Ixemaria!"
4 - Conheça "Cabaceiras" e o "Lajedo do Pai Mateus". É loooonge, mas vale a pena.
5 - "Arrodeie" sempre! Você chega lá.
6 - Se estiver a trabalho, sob condições anormais de temperatura e pressão, cante mantras pela manhã, que o dia corre mais fácil.
Quando você menos espera, está na hora de voltar pra casa. E é aí que percebe como quer chegar rápido ao conforto do lar e cair nos braços de quem te ama!
terça-feira, abril 25, 2006
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7 comentários:
Tama, esse é só o começo...! A gente sofre mas também se diverte um pouquinho...!
Por falar em bode, eu fui ao "bodódromo", em Petrolina. Estávamos loucos pra comer a tal picanha de bode...o garçom nos serviu e, só depois, confessou que o bode do bodódromo é, na verdade, carneiro...ô frustração!rs...
Bj! E quem bom que as moscas não te carregaram!rs...
Óxente essa minina, quer dizer que gostaste da Paraíba, foi? Aquilo lá é terra boa. Num tive nos interior, não. Só fui na capitá. Mas de lá mermo tenho umas história de fazer os cabra de cá se mijá de rir.
O seu texto é maravilhoso como sempre. Adorei a dicas "Quatro Rodas" que você deu. Valeu e um beijo grande, minha Isa, a Bela!
(Hoje apresentaremos a Via Sacra na Igreja da Matriz, em Botafogo, às 20h. Pinta lá se puder.)
Bel,
Ficando no lugar comum...o que vale não é o destino, mas a jornada. Tenho certeza que esta viagem, no final das contas, além de rendido um belo de um programa, lhe rendeu outros tipos de crescimento.
Beijos da amiga que já já está voltando, Re
Belzinha
Estas coisas servem como lição de vida, meu amor. A gente vê a realidade verdadeira deste nosso país, que não aparece no dia-a-dia da gente, mas que, infelizmente, existe!
Mas, apesar do seu trabalho ter sido intenso, o que interessa é... que você está de volta aqui para nós!!! EBA!!!
Beijinhos da tia Sonia
Sua peça já estreou?
Quem mesmo que estava me cobrando posts novos, hein? Hein? Hein?
Tsc, tsc, tsc...
Bj, blogueira preguiçosa!rs...
Bela querida,
Demorei mas acessei o seu blog, que por sinal, é muito bom. É a sua cara: descontração total!!
Não sei por que, mas me senti "em casa", rs..., quando li esse texto seu. As moscas me pareceram tão familiares!!! + rs..... . Não que a minha casa seja infestada desses insetos pegajosos, que mais parecem ter fita adesiva nas suas pequeninas patas e que por onde passam grudam. Você entendeu, né?! Só acho que você esqueceu de acrescentar uma pequena e fedorenta informação. Os odores de Campina Grande, mais precisamente, os terríveis odores dos curtumes de Cabaceiras. Mas eu te entendo. O esquecimento deve ter sido provocado pelo grande trauma nasal que você sofreu. Totalmente aceitável. Brincadeirinha!!!!!
Bela adorei o seu blog.
Beijão,
Érika (Companheira de viagem)
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