segunda-feira, abril 28, 2008

Cada vez mais jovem

Minha gente, e não é que mais uma primavera se aproxima?! Dentro de dois dias completo 32 aninhos, com corpinho de 31, o que faz uma senhora diferença, nem vem! Eu adoro fazer aniversário, curto muito essa síndrome de Vera Fisher: quanto mais velha, melhor e por aí vai. Mas, o supra-sumo de envelhecer - sei que já escrevi sobre isso no post "Chega de Saudade", mas agora é uma visão de outro ângulo - é notar as sutis diferenças no seu olhar, seja ele sobre si mesmo ou sobre o outro. Prefiro falar da parte do "si mesmo" porque a "do outro"já vira fofoca...

Eis aqui dez das muitas coisas que mudaram nesta mulher, de 32 anos, que vos escreve. E já aproveito para lançar a pergunta que não quer calar: você - que tem essa idade ou está próxima dela - também anda notando coisas parecidas?

1 - Nunca dei tanto valor à maquiagem. Leve, natural, ela me acompanha aonde vou. Não é que esteja velha, com cara de dedo depois de um longo mergulho. Você que já estava aí comemorando, mulher invejosa que é, pode tirar o cavalinho da chuva. Mas é que a pele pede um tapinha aqui e outro ali depois de um certo tempo de uso.

2 - Nunca fui tanto a lojas de produtos naturais.

3 - Ando mais consciente do perigo e, consequentemente, com mais medo. Não, não estou com a doença do pânico. Não coloque no comentário o telefone do psiquiatra que cuidou daquele seu parente distante... É um medo controlado, que não me paralisa.

4 - Nunca dei tanto valor a uma boa relação a dois. Mais do que um bom emprego, um salário decente... Uma boa relação a dois é o meu elixir para viver bem a vida. Se ainda não chegou a sua vez, não se apresse: é melhor não ter ninguém do que ter um tormento.

5 - Nunca chorei tanto. Nada de tristeza. De emoção mesmo. Filmes, peças, noticiários, histórias que minha faxineira conta, Globo Repórter... Nossa, mexem muito comigo.

6 - Falo mais o que quero. E isso me faz um bem que você não pode imaginar.

7 - Fui vencida pelo colesterol alto. Tomo remédio. E estou suuuuuper bem. Mas, com dez anos a menos, não imaginava que meu coração acumularia gorduras tão cedo. Bom, se for pensar por aí, também não imaginava que elas - as gorduras - se localizariam tão precocemente naqueles lugares que elas jamais deveriam estar, tipo a bunda. Mas, tudo bem. Eu hei de vencê-las também.

8 - Tenho mania de olhar para pessoas mais novas e comparar comigo naquela época. E noto que eu era bastante diferente, na maioria das vezes. Pra melhor. Ando cada vez mais modesta também.

9 - Penso mais no futuro. E é tão bom poder pensar em "construir".

10 - A tolerância tem se mostrado uma prática incrível. Muitos frutos que ando colhendo na vida vêm dela.

Ufa! Não sei explicar, mas envelhecer é tão bom, tão maravilhoso que - mesmo não sabendo se estou preparada para as rugas e para as reclamações do corpo - eu digo, com "catiguria": é a melhor coisa que pode acontecer a todos nós. Saber envelhecer é sentir-se cada vez mais jovem.

domingo, abril 20, 2008

Nasceu


Por falar em olhos marejados (vide post abaixo)... Foi assim que ficaram os meus ao ver o conto "Breu"- de minha autoria - publicado no livro "Elos e Anelos", da Editora Guemanisse. Foi a primeira vez, em doze anos de carreira, que senti meu trabalho sendo verdadeiramente reconhecido. Pessoas que nunca me viram, não sabem quem sou, o que tenho, o que não tenho, onde trabalho, quem são meus parentes, onde moro... Pessoas que leram uma pequena parte do conteúdo de minha mente inquieta e acreditaram nele. Que sensação boa. Não sei explicar, mas ela empurra pra frente. E não é pra frente que devemos ir, na maioria das vezes?! Então, vambora!

Dedico esse momento aos meus pais e à minha maior inspiração, Big P.

Apenas Uma Vez

Eita coisa boa! Sair às ruas do Rio num feriado prolongado é como comer uma porção de suculentos morangos banhados em creme de leite. Que sensação incrível ir ao cinema e não enfrentar filas, passar na auto-estrada Lagoa Barra e não encontrar quilômetros e mais quilômetros de engarrafamento. Neste fim de semana cinza, a cidade maravilhosa virou o Alaska. E eu fiquei mais feliz. Principalmente agora que acabo de assistir a um filme (eu e meus filmes...) obrigatório: "Apenas Uma Vez", "Once" no original. Os olhos ficam marejados, a garganta dá nó, mas a sensação é de alegria por saber que, lá nos cantos de uma Irlanda gelada e sombria, histórias de amor e amizade surgem com intensidade, mesmo que apenas na tela grande. Prefiro acreditar que na vida real também... Não resisti. Tive que passar por aqui para registrar esse momento em que a arte e o Rio de Janeiro vazio - mesmo que "apenas uma vez" - me enchem de esperança.

quinta-feira, abril 17, 2008

Pijama X Black Tie

Quero usar pijama onde todos vestem black tie. E agora?

segunda-feira, abril 07, 2008

Chega de Saudade

Ontem fui assistir "Chega de Saudade", de Laís Bodanski, a mesma diretora do excelente "Bicho de Sete Cabeças". O filme se passa dentro de um baile da terceira idade, numa Estudantina dessas da vida. Nada de tramas incríveis, roteiro minucioso, diálogos elaborados... Não, nada disso. Simplicidade. Ontem fui assistir a um exemplo de simplicidade bem filmada.

Meu objetivo aqui não é fazer uma resenha ou coisa parecida. Mas, sim, dizer que trata-se de algo que nós - jovens de trinta e poucos anos com muito orgulho - devemos ver. Mais até do que nossos grandes heróis, que já vão passando dos sessenta.

Envelhecer com vida, sem medo, aceitando a perda como parte dela. Envelhecer sob constantes mudanças, guinadas, sem repetição. Envelhecer com bom-humor. Saber olhar para a vida como um jogo de xadrez, onde um peão - completamente exposto no tabuleiro - pode se fazer rainha. Saber que o objetivo não deve se perder pelas atrações mascaradas no caminho até ele...

Do alto dos meus quase 32 anos de idade, posso dizer: adoro envelhecer. Envelhecer é descobrir. Gosto muito de olhar para mim mesma refletida em rostos mais jovens e ter a sensação de que não há nada melhor do que fazer aniversário. Não cheguei ainda na fase em que as rugas invadem o rosto, o corpo começa a dar sinais de muito cansaço, etc. Não sei como vai ser quando chegar esse momento. Mas, acredito que saber envelhecer é um aprendizado. E, até lá, saberei bem como me virar.

Por essas e outras reflexões é que você deve assistir a "Chega de Saudade", principalmente se ainda lhe falta um longo caminho para os sessenta.

P.S: Não posso deixar de dizer que também me influenciaram a escrever esse texto os livros "O Sagrado", de Nilton Bonder e o último artigo de Martha Medeiros, "Os Olhos da Cara".

sexta-feira, abril 04, 2008

Gentileza

Muitas pessoas estão me cobrando (no melhor sentido da palavra) mais textos. E isso me deixa muito feliz. Quanta gentileza! Mas, minha gente, a demora tem uma justificativa. É que tenho me dedicado a textos inéditos do psiquiatra de múltiplas personalidades mais famoso da blogosfera. É que, em junho, vou filmar alguns dos esquetes e inscrever em festivais como o "Festival do Minuto", e também vou disponibilizar as insanidades de Dr. Genésio, Gerúndio... - que não deixam de ser as minhas também - no You Tube. Os atores que vão encarar essa empreitada - Maurício Rizzo e Mariana Israel - são pérolas que descobri em meio a uma nova geração de talentos. Aguardem!!! Aliás, o meu conto publicado no livro "Elos e Anelos", da Editora Guemanisse, vai virar curta - esse mais a longo prazo. E aí, justifiquei o meu sumiço?

Bom, mas para não dizer que não postei nada... Vamos a um trecho do novo e muito interessante livro de Nilton Bonder, "O Sagrado":

"Os presentes mais especiais da vida não são os que conquistamos, mas o que ganhamos como gentilezas. As gentilezas são os brindes que ganhamos antes do querer, são os desejos produzidos posteriormente ao ganho. São as surpresas que driblam a vontade e se apresentam antes da aspiração e do anseio. O manjar antes do apetite."

Volto assim que puder, prometo!