sábado, novembro 29, 2008
Registros chineses - parte I
domingo, novembro 16, 2008
Vai um escorpião aí?
Até ir à China, escorpião, pra mim, não passava de um representante da turma dos aracnídeos, cuja picada poderia ser fatal. Lá nas mais profundas memórias de minha infância no mato, lembro-me da saudosa vó Lu dizendo: "Filhinha, seu sapato deve ficar de cabeça pra baixo. Do contrário, vai virar esconderijo de escorpião". E lá ia a versão miniatura de Isabella, medrosa que só, inverter a posição dos calçados. Depois - mais crescidinha - descobri que escorpião era também um signo. "Os nascidos sob o signo de escorpião são valentes, impulsivos e dinâmicos. O dia de hoje reserva surpresas na vida amorosa dos escorpianos", eu escutava ao ligar - mais ou menos umas cinco vezes por dia - para o Disk Zodíaco, da Zora Yonara. Lembra disso? É, caro leitor, o tempo passa... E passa pra que mudemos nossos conceitos e visões sobre tudo e todos.
Pois foi o que aconteceu comigo em relação ao animal em questão. Lá estava eu, em meu primeiro dia em Pequim, na entrada da gigantesca Wangfunging, a rua de comércio mais importante da capital chinesa. É lá que fica também o mercado de comidas exóticas, no mais puro sentido da palavra. Nós, ocidentais, cidadãos brasileiros, acostumados àquela comidinha caseira - arroz, feijão, carne moída, ovo, purê de batas e afins - temos um verdadeiro baque ao ver inúmeras vitrines exibindo o que há de mais fresco em termos de estrelas-do-mar, baratas, escorpiões, sapos, cavalos-marinhos e companhia. As opções para quem quer se aventurar nesse tipo de culinária são infinitas. Cheguei ao local decidida a provar um escorpiãozinho que fosse. Tinham me dito que era crocante, e eu estava curiosa como uma criança. Nem que fosse meio escorpião, vai... Um terço?! A pata, quem sabe?! O ferrão...? Sinto informar que nem uma pequena parte eu consegui comer. Explico: os animais são expostos vivos na vitrine. Várias unidades num único espeto. Imóveis, esperando o momento de sua morte lenta. Basta um pequeno sopro e as patinhas mexem freneticamente, num movimento cheio de agonia e ansiedade. A filosofia do povo chinês diz que, quanto mais fresco o alimento estiver na hora de ser consumido, melhor. Por isso, conservam o bicho vivo até o momento de passá-lo numa espécie de farinha e fritá-lo num óleo sujo e fedido. Pois bem, desta vez não deu pra mim.
Mas, essa experiência frustrada não tira da China o título de país com uma das culinárias mais ricas e gostosas do mundo. Comi muito bem por lá, apesar de ser tudo apimentado demais para o meu gosto. Agora, preciso confessar: chega uma hora em que o paladar cansa e você começa a sonhar com aquele pastelzinho de queijo, aquela pizza, aquele hambúrger suculento... Os chineses que me desculpem, com todo respeito às tradições de sua colorida e criativa cozinha, não há nada melhor do que a nossa boa e velha feijoada, acompanhada de uma caipirinha no capricho! E que nossos escorpiões continuem dando gritos de liberdade e descansando em paz nas selvas brasileiras!
sábado, novembro 08, 2008
Revista M...
Peço a todos os meus queridos leitores que passem em www.mcorporation.com.br