quarta-feira, março 16, 2005

Amor Genuíno

Quem aí já sentiu um amor genuíno?

Chega uma hora na vida em que nos damos conta de que muitas pessoas já passaram por ela. Principalmente, quando os nossos deliciosos e tão esperados 30 anos se aproximam. Está certo que algumas acenam lá de longe pra gente e outras chegam quase perto ou bem perto. Mas, tocar no ponto G do coração, chegar às profundezas sem pedir licença... Ah, isso é pra poucos!

Loiros, morenos, fortes, franguinhos, fumantes, não fumantes, caretas, tatuados, psicóticos, chatos, legaizinhos, insuportáveis, drogados, sovinas, honestos, ciumentos, mulherengos, fiéis (ôpa, existe isso?)... Ufa! Eles estão todos espalhados por aí em diferentes modelos, cores e cheiros (ah! e como o cheiro é importante...). E, confesso a vocês que, diante desta vida agitada de "jornalistaatrizprodutora", sempre achei que bastava dar uma olhada na vitrine, juntar as peças e escolher o meu tipo. Aí, quando eu cansasse da roupa velha, era só jogar fora, sem muitos ressentimentos.

É, a vida não erra na hora de escrever os nossos próximos capítulos. E chegou uma hora em que ela foi obrigada a me provar que eu estava muito enganada com essa história de modelos e vitrines (santa ignorância!). Nananana, não! A senhora está redondamente equivocada, Isabella Saes!

E foi numa "bella" noite de lua cheia, num lugar misterioso chamado Marte (é, este mesmo, o planeta vermelho) que ele chegou como quem não quer nada (na verdade, ele queria tudo!) e não demorou muito para me deixar de pernas para o ar, me tirar do eixo, me dar frio na barriga, provocar agonias e questionamentos incessantes, me amar, provar coisas até então impossíveis para mim e me chamar de amor da forma mais pura que meus ouvidos já haviam experimentado. E foi neste momento, meus amigos, que eu percebi que algo havia balançado o meu reino. E eu nem desconfiava que era tão bom...

Hoje, depois de um ano, nossas almas, em sintonias e equilíbrios diferentes, tiveram que se afastar. E o que me faz acreditar e sentir que foi único é o fato deste amor permanecer intocável dentro do meu coração. Um amor que um dia pode ser transformado, porém jamais exterminado. Um amor que vou sentir quantas vezes a vida quiser. Um amor incondicional, de espíritos evoluídos, yogues, lamas, gurus, budistas que alcançaram o Nirvana (será que rola isso mesmo? bom, conheço muitas mulheres que achavam que jamais alcançariam o orgasmo e hoje, queridos leitores, gemem 3, 4, 5 vezes a cada transa! pensando assim, tudo é possível...). Ah, sei lá! Só sei que esse amor é bom e diferente.

Tenho saudades das minhas lembranças, admiração pelo que vivemos, superamos e aprendemos no ontem, no hoje e pelo que vamos viver, superar e aprender no amanhã - juntos ou não. E a certeza sobre o amanhã, que, é fato, não posso prever; a falta de necessidade do palpável para estar certa de algo; e a confiança no abstrato (é lá onde estão escondidas nossas emoções mais fortes, Dali e Magritte que o digam!) são provas mais do que reais de que este amor é e sempre será genuíno.

Divido com vocês um desejo inquieto: que todos sintam a presença, pelo menos uma vez na vida, deste sentimento que tem o poder de nos transformar para sempre e fazer de nós pessoas muito melhores do que já somos. Estou feliz, pois aprendi a amar assim.

Esse texto é dedicado às pessoas que amo e ao meu companheiro de aventuras suadas no Planeta Vermelho!

9 comentários:

Marco disse...

Viu? Eu não disse que você era linda, inclusive por fora?
É um belo texto. Confessional, misterioso...a gente percebe que foi escrito com unhas apertando a carne. E só que sabe a dor e a delícia de um amor genuíno percebe as marcas que ficam.
Pelo texto, a gente acaba sabendo que alguém já tocou no ponto G do seu coração. Um privilégio de poucos. Em duplo sentido: poucos já receberam este toque; bem menos tiveram a ventura de toca-lo em você.
É curioso: passeamos pelo lado de fora de vitrines, fazendo nossas escolhas sem nos aperceber que igualmente estamos por dentro de outras vitrines, submetidos a escolhas outras. E mais: o “vitrinista” nos prega peças, às vezes, nos fazendo atrair olhos que não sabíamos que estavam em nós. Fazendo com que nosso próprio olhar seja atraído por aquele detalhe bem ali adiante. E daí: zás! Ou kablam! Um raio cai bem em cima da nossa cabeça, estejamos onde estivermos: na Terra, em Marte, na Pavuna, ou dançando uma valsa vienense nos bosques da Áustria.
Você tem um desejo. E o melhor (ou pior) que pode acontecer com nossos desejos é eles se realizarem. Cuidado! Isto sempre pode acontecer.
Que bom que você já conheceu um amor genuíno. Que ótimo que você vá senti-lo sempre, ou sempre que quiser.
Considere-se beijada, minha Bella Isa. Aquela estrelinha que mora no fundo dos seus olhos vai me sorrir diferente quando novamente nos encontrarmos.
Marco (batmarco@terra.com.br)

Anônimo disse...

Bel,

Nossa, como te admiro ainda mais ao ler esse texto... Você sabe, como poucos infelizmente,beber a vida, sentir por inteiro, identificar e mostrar esse sentimento.

Além do efeito libertador, o melhor é constatar que tudo aquilo que vc colocou para fora foi de encontro com o que muitos têm dificuldade de encontrar dentro de si. É mágico.

E tenho certeza que é muito por causa disso que nos identificamos tanto! Te entendo, já falei, 'inquieta-mente'...

E, claro, a amiga está aqui, 24 x 7!

Beijo carinhoso,
Alda
PS:Em breve terei meu blog, vou perder a timidez.

Anônimo disse...

Belzinha,
É muito esquisito esse lance de escrever bem. Escrevemos bem quanto estamos no ápice do sentimento...seja ele o amor ou seja ele a saudade ou melancolia.
Já amei genuinamente. E espero amar dessa forma novamente. Afinal para que morrer se não tivermos porque viver, não é mesmo?
Um beijo carinhoso de sua amiga e admiradora,
Rezinha

Anônimo disse...

Texto bonito, verdadeiro e profundo. Assim como vc, Bel. É verdade o ditado "é melhor ter amado e perdido do que nunca ter amado". Mas também é verdade que com a experiência da conquista e da perda vc se torna mais capaz ainda de amar com intensidade. Aproveite o que a vida lhe traz e lembre que tudo acontece no seu devido momento. É preciso estar de olhos abertos para captar os sinais que surgem e querem conduzi-la a um caminho mais sublime. Apenas continue sendo sincera, humilde e apaixonada, como sempre. Apenas tenha em mente que o amor não é encontrado aqui ou ali. Ele é criado dia após dia, com esforço, dedicação e força de vontade. Vc tem tudo isso, Belzinha. Seja muito feliz!
Beijo do seu amigo TC.

Anônimo disse...

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. A vida nos dá escolhas. Podemos escolher viver a 10, 100 ou 1000 km/h. Aí amiga... é só fechar os olhos e deixar o vento bater no rosto. Sensações indiscritíveis. Perde quem nunca as sentiu. Perde quem já as sentiu. Cabe a nós escolher a perda que quer ter.
Amo vc amiga
Dri

Anônimo disse...

Fiquei emocionada com seu texto, vc é realmente boa nisso, gostei de tudo que li...
Mas fico triste também, sei do que e de quem vc estava falando, assim como digo para a outra pessoa, não entendo vcs.
Não suma da minha vida por favor!
beijos enormes!!

Anônimo disse...

Pra quem gosta de texto de construção leve e bem escrito como eu, este blog é parada obrigatória.

A graça está nas entrelinhas e, mesmo que não seja possível entender o todo por uma ou outra razão, é impossível subestimar a profundidade das narrativas.

Mente Inquieta, não pare.

Anônimo disse...

Bel, adorei os textos mas acho que no que diz respeito a PRK 30 ficamos devendo agradecimentos para Chico Anysio, Boni e Jô Soares pelo que escreveram s/o Programa e s/o seu avô e o Castro. Foi falha nossa não ter enviado e-mails na época agradecendo a todos. Lembro também o Artur da Távola que sempre elogiou a PRK-30 inclusive na época do lançamento do livro. Grande falha.
Beijos
Mammy

Anônimo disse...

Lindo o que vc. escreveu s/seus amigos e linda vc. por ser a amiga que é.
Beijos
Veroca