terça-feira, dezembro 30, 2008
Feliz 2009!
Estava aqui pensando em alguma mensagem bacana de fim de ano que eu pudesse deixar aos meus leitores. Mas, não foi preciso. Will Smith fez isso por mim. Ou melhor, seu personagem em "Sete Vidas". Eu e o cinema, não tem jeito... O filme conta a história de um cara, responsável por um acidente de carro, que mata sete pessoas. Ele decide, então, salvar sete vidas para compensar o erro do passado. O que ele faz? Aí, só vendo o filme. O fato é que seu personagem, num determinado momento, diz algo parecido com: "É importante que sejamos bons, principalmente nos momentos em que ninguém está olhando". É preciso dizer mais alguma coisa? Um grande beijo e continuem sendo sempre muito bem-vindos por aqui em 2009!
terça-feira, dezembro 23, 2008
Come on lady, "looka looka", "gooda" price for you!
Essa é a frase que mais se ouve ao sair pra fazer compras em Pequim. O inglês dos pequineses é pior que o do personagem do Tom Hanks em "O Terminal". E olha que o cara é da Krakóvia! É cada frase... Bom, mas vamos do começo:
terça-feira, dezembro 16, 2008
Riquixá Comigo!
Os riquixás começaram a ser usados na China no fim do séc XIX e foram desaparecendo na metade do séc XX. No final da década de 90, apareceram os ciclo-riquixás e, um pouco mais tarde, os moto-riquixás. Os mais recentes, eu tive o prazer (?) de experimentar. Mas, antes de narrar a minha aventura em plena Pequim, vale dizer que o trânsito da capital chinesa é pior que o de Roma e São Paulo juntos. A começar pelos carros que vão para todas as direções ao mesmo tempo agora. Nos cruzamentos, encontramos carros e pedestres disputando a vez. E o mais curioso: enquanto o bonequinho está verde para nós, ou seja, vermelho para os carros, os mesmos não páram e enquanto o sinal está vermelho para nós, ou seja, verde para os carros, as pessoas... também não páram. Uma confusão sem igual. Em plena balbúrdia, lá vão a mocinha serelepe e seu fiel escudeiro andar de moto-riquixá. Os ciclo-riquixás são mais relax pois, em sua grande maioria, rodam apenas nas calmas hutongs (as antigas ruas de Pequim). Que maravilha! Um senhorzinho dirigia a motoca e eu e maridão aboletados na "microcaixinhadefósforo" acoplada ao veículo. Começava uma viagem confortável, segura, nada tensa. O botãozinho "sem emoção" estava quebrado e não tivemos escolha. Quer sentir um gostinho? Clique no vídeo abaixo e depois me diga: somos ou não somos um casal corajoso?
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Mais um!
É com muito prazer que interrompo a programação de posts sobre a China para comunicar aos leitores do "Mente Inquieta" que mais um conto - "Boneca Russa" - vindo das profundezas de minha cachola serelepe foi publicado. Desta vez no livro "Narrativas e Poéticas", que reúne os vencedores e pré-selecionados do Concurso Literário Guemanisse de Contos e Poesias 2008. Eita coisa boa!
sábado, dezembro 06, 2008
Registros Chineses - Parte III
Beihai Park - Um dos jardins mais lindos que já vi. Tudo bem que é todo construído pelo homem, mas é lindo mesmo assim.
Templo do Céu - Foi construído para que o imperador pudesse agradecer a colheita e rezasse para que a próxima fosse tão boa quanto a que passou. É considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Depois do dragão, o leão é a figurinha mais fácil de se ver na China. Ter um na porta de casa significa segurança garantida.
Fachada do restaurante Raka Town - Aqui, comemos o melhor frango com cogumelos das nossas vidas!! E o melhor: o prato foi escolhido pela foto. É que são pouquíssimos os restaurantes na China em que você encontra um cardápio com tradução em inglês. A maioria deles exibe as fotos dos pratos, o que obriga você a escolher pela beleza e não pelos ingredientes. Quando a sorte está ao seu lado, você consegue arrancar um "chicken, pork or meat" do garçom. Mas, na maioria das vezes, nem isso é possível. Eu diria que comer bem na China é como ganhar na loto: pura sorte.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Registros chineses - parte II
A colorida e chata Ópera de Pequim. Explico: é um espetáculo de cor, luz, som, maquiagem impecáveis. Mas, os turistas saem perdendo: não entendemos nada do que é dito e a tradução em inglês é de doer!
Há pouco tempo um chinês não resistiu, resolveu abraçar um panda no Zoo de Pequim, e foi agredido pelo animal. Louco? Sabe que dá pra entender o rapaz?! O pandinha é irresistível...
Os chineses são muito hospitaleiros. Nesta loja, ficamos mais de uma hora conversando em linguagem de sinais com a dona, ao meu lado na foto. Quando perguntamos a ela se podíamos tirar uma foto da loja para guardar de recordação, ela disse: "Claro! Assim vocês lembram para sempre da gente. Eu, com certeza, nunca vou esquecer de vocês."
O dragão chinês. Esse aí é o maior arroz de festa. Está em todas, de todos os tamanhos, cores, para todos os gostos! É o símbolo do imperador.
sábado, novembro 29, 2008
Registros chineses - parte I
domingo, novembro 16, 2008
Vai um escorpião aí?
Até ir à China, escorpião, pra mim, não passava de um representante da turma dos aracnídeos, cuja picada poderia ser fatal. Lá nas mais profundas memórias de minha infância no mato, lembro-me da saudosa vó Lu dizendo: "Filhinha, seu sapato deve ficar de cabeça pra baixo. Do contrário, vai virar esconderijo de escorpião". E lá ia a versão miniatura de Isabella, medrosa que só, inverter a posição dos calçados. Depois - mais crescidinha - descobri que escorpião era também um signo. "Os nascidos sob o signo de escorpião são valentes, impulsivos e dinâmicos. O dia de hoje reserva surpresas na vida amorosa dos escorpianos", eu escutava ao ligar - mais ou menos umas cinco vezes por dia - para o Disk Zodíaco, da Zora Yonara. Lembra disso? É, caro leitor, o tempo passa... E passa pra que mudemos nossos conceitos e visões sobre tudo e todos.
Pois foi o que aconteceu comigo em relação ao animal em questão. Lá estava eu, em meu primeiro dia em Pequim, na entrada da gigantesca Wangfunging, a rua de comércio mais importante da capital chinesa. É lá que fica também o mercado de comidas exóticas, no mais puro sentido da palavra. Nós, ocidentais, cidadãos brasileiros, acostumados àquela comidinha caseira - arroz, feijão, carne moída, ovo, purê de batas e afins - temos um verdadeiro baque ao ver inúmeras vitrines exibindo o que há de mais fresco em termos de estrelas-do-mar, baratas, escorpiões, sapos, cavalos-marinhos e companhia. As opções para quem quer se aventurar nesse tipo de culinária são infinitas. Cheguei ao local decidida a provar um escorpiãozinho que fosse. Tinham me dito que era crocante, e eu estava curiosa como uma criança. Nem que fosse meio escorpião, vai... Um terço?! A pata, quem sabe?! O ferrão...? Sinto informar que nem uma pequena parte eu consegui comer. Explico: os animais são expostos vivos na vitrine. Várias unidades num único espeto. Imóveis, esperando o momento de sua morte lenta. Basta um pequeno sopro e as patinhas mexem freneticamente, num movimento cheio de agonia e ansiedade. A filosofia do povo chinês diz que, quanto mais fresco o alimento estiver na hora de ser consumido, melhor. Por isso, conservam o bicho vivo até o momento de passá-lo numa espécie de farinha e fritá-lo num óleo sujo e fedido. Pois bem, desta vez não deu pra mim.
Mas, essa experiência frustrada não tira da China o título de país com uma das culinárias mais ricas e gostosas do mundo. Comi muito bem por lá, apesar de ser tudo apimentado demais para o meu gosto. Agora, preciso confessar: chega uma hora em que o paladar cansa e você começa a sonhar com aquele pastelzinho de queijo, aquela pizza, aquele hambúrger suculento... Os chineses que me desculpem, com todo respeito às tradições de sua colorida e criativa cozinha, não há nada melhor do que a nossa boa e velha feijoada, acompanhada de uma caipirinha no capricho! E que nossos escorpiões continuem dando gritos de liberdade e descansando em paz nas selvas brasileiras!
sábado, novembro 08, 2008
Revista M...
Peço a todos os meus queridos leitores que passem em www.mcorporation.com.br
segunda-feira, outubro 27, 2008
Superstição mata
terça-feira, outubro 21, 2008
Sai desse corpo que não te pertence!
segunda-feira, outubro 13, 2008
Chinglish
Quando se chega a Pequim, o que logo chama a atenção é a quantidade de anúncios, placas e cartazes que para nós, ocidentais, não querem dizer absolutamente nada. Impossível entender o mandarim. Quem viu "Encontros e Desencontros", da Sofia Coppola, consegue ter uma idéia do que é estar num país onde se usam ideogramas no lugar do alfabeto romanizado. O filme se passa no Japão, mas em termos de compreensão da língua, não deve fazer a menor diferença estar no Japão ou na China, para aqueles que não têm olhos puxados. Nem tente gravar algumas palavras antes de sair do seu país, vai ser tempo perdido. Descobrimos que a língua ainda é uma barreira por lá. Uma barreira não. Uma muralha, pra combinar melhor com o país em questão. Depois que a China se abriu para o mundo, na década de 70, iniciou-se um lento processo de aprendizado de inglês. E, com a proximidade das Olimpíadas, os chineses correram para as salas de aula para aprender o idioma o mais rápido possível. "Segundo o Ministério da Educação da China, mais de cem milhões de chineses estudam inglês hoje no país nas escolas de ensino básico e intermediário. Essa estatística não inclui os cursos de inglês privados, nos quais se estima que cerca de 50 milhões de pessoas estudem." (trecho retirado do livro "Um Brasileiro na China", de Gilberto Scofield Jr., outro título imperdível para quem quer entender um pouco mais sobre a China)
sexta-feira, outubro 10, 2008
O segredo do gigante chinês
Uma das leitoras do "Mente Inqueita", Janaína Salles, deixou uma pergunta muito interessante sobre a China nos comentários do post anterior: "Por que eles crescem 10% ao ano e nós (Brasil) não?"
quarta-feira, outubro 08, 2008
Sol tímido
Entre as 20 cidades mais poluídas do mundo, 16 estão na China. Nada menos do que 400 mil pessoas morrem prematuramente de doenças causadas pela poluição, que gera um prejuízo de mais de U$ 200 bilhões ao ano para a economia do país. Eu não acreditei até ver com meus próprios olhos. A névoa espessa, que encobre o céu de Pequim e faz com que o sol pareça tímido e envergonhado, causa indignação. Sim, há dias em que se consegue ver o céu azul, sem nuvem alguma, mas também há momentos em que a impressão é de que São Pedro - que em chinês deve atender por Xing Tang Kung ou algo parecido - está providenciando muita chuva. E não está! Os olhos ardem e, quando a neblina está baixa, a impressão é de que todos somos parte de um filme de zumbis à la George Romero. Saí de Pequim com inúmeras sensações, mas uma das mais fortes foi de que a cidade grita em silêncio por um ar mais puro e pulmões mais saudáveis.
sexta-feira, outubro 03, 2008
Apertando o botão
A máquina era daquelas bem antigas, saía até uma pequena fumaça do canto. No visor, apenas duas opções: o botão vermelho "com emoção" e o amarelo "sem emoção". Não havia tempo para pensar, o avião decolaria em meia hora, e fizemos nossa escolha baseados na intuição.
sexta-feira, agosto 29, 2008
Mi casa, su casa
sábado, agosto 16, 2008
O melhor do mundo
sábado, agosto 02, 2008
Ordem Natural das Coisas
Bem, o fato é que com a quantidade de comentários feitos em solidariedade às minhas maluquices - vide post abaixo - fiquei um tanto mais aliviada por saber que não estou mesmo sozinha nesse mundo acelerado que, muitas vezes, faz a gente se distrair mais do que o indicado. Sim, digo indicado porque, em alguns momentos, pegar carona numa nuvem para ir ao mundo da lua se faz muito necessário. Só é grave se você for até lá e resolver ficar. Aí a porca torce o rabo e a cobra fuma.
Mais aliviada ainda fiquei quando, trocando um dedinho de prosa com a minha terapeuta na semana passada, tentando entender o motivo de uma grande amiga ter desenvolvido uma doença tão nova, me dei conta de algo que ainda não havia pensado. Estabeleceu-se o seguinte diálogo:
Isabella: "Está tudo bem, a doença está controlada, ela está encarando com otimismo... Mas é minha amiga de infância, é nova, tem a vida pela frente, não era para ser assim... Essa não é a ordem natural das coisas."
Terapeuta: "Mas, Isabella, que ordem natural das coisas? Não existe mais a ordem natural das coisas, você não percebe?"
Foi quando me dei conta de que aquela "velha amiga cansada de guerra ordem natural das coisas" está indo mesmo ralo abaixo. Dia após dia, pesquisas revelam mais esquisitices, bizarrices, pessoas desenvolvem doenças cada vez mais novas, a depressão está aí, apelidada de "o mal do século", a polícia que a gente não sabe se é bandido, o bandido que a gente não sabe se é polícia, cirurgias plásticas feitas a torto e a direito (Você sabia que, na China, as mulheres têm feito cada vez mais plástica nos olhos, numa tentativa de se "ocidentalizar"? Meu Deus!!!). Enfim, poderia ficar aqui até amanhã, listando práticas que provam que a "ordem natural das coisas"... essa sim foi à lua, viu a cobra fumar, a porca torcer o rabo e "otras cositas más".
Portanto, meus amigos, concluo que um deslize aqui, uma distraçãozinha ali... Tudo isso faz parte dessa "desordem natural das coisas". Podemos não gostar e reclamar dessa selva que o mundo se tornou (ou sempre foi) mas, querendo ou não, somos parte dela. E me parece que estamos aqui com a complexa e difícil missão de descobrir à que espécie de animal pertencemos.
segunda-feira, julho 28, 2008
Surpresa na geladeira
É, meus amigos, há muito tempo eu não postava aqui um texto sobre as minhas trapalhadas... Não, elas não pararam de acontecer. E essa dispensa texto, já que foi devidamente registrada pelo meu santo marido que, no auge de sua fome, decidido a fazer um delicioso lanchinho, abriu a geladeira e encontrou o meu... celular! Se você tem alguma história parecida - dessas que fazem a gente rir de si mesmo - conta, conta, conta!!! Preciso não me sentir tão sozinha no mundo...
terça-feira, julho 22, 2008
Mais uma vez
quarta-feira, julho 16, 2008
Ossos do Ofício
quinta-feira, junho 19, 2008
A arte de fazer sorrir
Esse post com cara de texto de "auto-ajuda" - mas não é!!!!!! - é dedicado a Joss Stone e Bob McFerrin, os responsáveis pelas mais de 4 horas ininterruptas de sorriso em meu rosto. Agora, pra completar, uma limonada, por favor!
domingo, junho 15, 2008
This Blog Makes Me Think
Minha recente amiga blogueira, Chris, que traduz muito bem as alegrias e agruras do universo feminino no blog "Espartilho" me indicou ao selo "This Blog Makes Me Think". Deixo aqui registrado o meu agradecimento pelo carinho e a minha felicidade por saber que o "Mente Inquieta"anda alçando vôos mais longos...
Aproveito para indicar ao selo outros blogs, de pessoas muito especiais!
Babelturbo
Antigas Ternuras
Só Pra Barbarizar
Bom Dia, Alegria
quinta-feira, junho 05, 2008
Hein?
Pois esses dias, dois fatos curiosos se deram seguidamente. Fui assistir a uma peça chamada "A Arte de Escutar", na Casa de Cultura Laura Alvim. É a história de uma menina que, desde pequena, ouve mais do que fala. Aprendeu, ao longo dos anos, a escutar histórias diversas, de pessoas conhecidas ou não. Testemunha de seu próprio silêncio, terapeuta involuntária das palavras alheias. O texto propõe uma profunda reflexão sobre o ato ou a prática de ouvir o outro. E faz pensar, caro leitor, ah se faz...
Poucos dias se passaram e a mocinha serelepe, de mente inquieta, tira de sua coleção de leituras incompletas - derivadas de uma "passadinha" de três horas numa livraria qualquer (vide post abaixo) - uma revista antiga, onde há uma matéria sobre um sujeito que cansou-se de falar e resolveu ficar 15 dias mudo, sem nenhum contato verbal com uma alma sequer. O relato desse apirante a monge budista para alguns, louco para outros e normal para mim é tão incrível, que minha vontade foi calar-me imediatamente por tempo indeterminado. Só de pensar me veio um alívio...
Enfim, cheguei até aqui pra dizer que estou meio confusa em relação a esses sinais de silêncio que a vida vem me dando. Das duas uma: ou ela está num momento "do contra", querendo me mostrar que o negócio é ficar calada, numa fase em que ganho a vida falando - para quem não sabe, apresento um programa de rádio e sou locutora de um canal de tv, ou seja, parar de falar neste momento significa que não poderei mais garantir o leite das crianças - ou então quer me dar sinais de que o melhor a fazer - fora dos momentos de batente (ufa!) - é exercitar cada vez mais esse dom que todos temos, mas às vezes - ou quase sempre - esquecemos de colocar em prática: o dom de ouvir.
terça-feira, maio 27, 2008
A Droga Maldita
segunda-feira, abril 28, 2008
Cada vez mais jovem
Eis aqui dez das muitas coisas que mudaram nesta mulher, de 32 anos, que vos escreve. E já aproveito para lançar a pergunta que não quer calar: você - que tem essa idade ou está próxima dela - também anda notando coisas parecidas?
1 - Nunca dei tanto valor à maquiagem. Leve, natural, ela me acompanha aonde vou. Não é que esteja velha, com cara de dedo depois de um longo mergulho. Você que já estava aí comemorando, mulher invejosa que é, pode tirar o cavalinho da chuva. Mas é que a pele pede um tapinha aqui e outro ali depois de um certo tempo de uso.
2 - Nunca fui tanto a lojas de produtos naturais.
3 - Ando mais consciente do perigo e, consequentemente, com mais medo. Não, não estou com a doença do pânico. Não coloque no comentário o telefone do psiquiatra que cuidou daquele seu parente distante... É um medo controlado, que não me paralisa.
4 - Nunca dei tanto valor a uma boa relação a dois. Mais do que um bom emprego, um salário decente... Uma boa relação a dois é o meu elixir para viver bem a vida. Se ainda não chegou a sua vez, não se apresse: é melhor não ter ninguém do que ter um tormento.
5 - Nunca chorei tanto. Nada de tristeza. De emoção mesmo. Filmes, peças, noticiários, histórias que minha faxineira conta, Globo Repórter... Nossa, mexem muito comigo.
6 - Falo mais o que quero. E isso me faz um bem que você não pode imaginar.
7 - Fui vencida pelo colesterol alto. Tomo remédio. E estou suuuuuper bem. Mas, com dez anos a menos, não imaginava que meu coração acumularia gorduras tão cedo. Bom, se for pensar por aí, também não imaginava que elas - as gorduras - se localizariam tão precocemente naqueles lugares que elas jamais deveriam estar, tipo a bunda. Mas, tudo bem. Eu hei de vencê-las também.
8 - Tenho mania de olhar para pessoas mais novas e comparar comigo naquela época. E noto que eu era bastante diferente, na maioria das vezes. Pra melhor. Ando cada vez mais modesta também.
9 - Penso mais no futuro. E é tão bom poder pensar em "construir".
10 - A tolerância tem se mostrado uma prática incrível. Muitos frutos que ando colhendo na vida vêm dela.
Ufa! Não sei explicar, mas envelhecer é tão bom, tão maravilhoso que - mesmo não sabendo se estou preparada para as rugas e para as reclamações do corpo - eu digo, com "catiguria": é a melhor coisa que pode acontecer a todos nós. Saber envelhecer é sentir-se cada vez mais jovem.
domingo, abril 20, 2008
Nasceu
Por falar em olhos marejados (vide post abaixo)... Foi assim que ficaram os meus ao ver o conto "Breu"- de minha autoria - publicado no livro "Elos e Anelos", da Editora Guemanisse. Foi a primeira vez, em doze anos de carreira, que senti meu trabalho sendo verdadeiramente reconhecido. Pessoas que nunca me viram, não sabem quem sou, o que tenho, o que não tenho, onde trabalho, quem são meus parentes, onde moro... Pessoas que leram uma pequena parte do conteúdo de minha mente inquieta e acreditaram nele. Que sensação boa. Não sei explicar, mas ela empurra pra frente. E não é pra frente que devemos ir, na maioria das vezes?! Então, vambora!
Dedico esse momento aos meus pais e à minha maior inspiração, Big P.
Apenas Uma Vez
quinta-feira, abril 17, 2008
segunda-feira, abril 07, 2008
Chega de Saudade
Meu objetivo aqui não é fazer uma resenha ou coisa parecida. Mas, sim, dizer que trata-se de algo que nós - jovens de trinta e poucos anos com muito orgulho - devemos ver. Mais até do que nossos grandes heróis, que já vão passando dos sessenta.
Envelhecer com vida, sem medo, aceitando a perda como parte dela. Envelhecer sob constantes mudanças, guinadas, sem repetição. Envelhecer com bom-humor. Saber olhar para a vida como um jogo de xadrez, onde um peão - completamente exposto no tabuleiro - pode se fazer rainha. Saber que o objetivo não deve se perder pelas atrações mascaradas no caminho até ele...
Do alto dos meus quase 32 anos de idade, posso dizer: adoro envelhecer. Envelhecer é descobrir. Gosto muito de olhar para mim mesma refletida em rostos mais jovens e ter a sensação de que não há nada melhor do que fazer aniversário. Não cheguei ainda na fase em que as rugas invadem o rosto, o corpo começa a dar sinais de muito cansaço, etc. Não sei como vai ser quando chegar esse momento. Mas, acredito que saber envelhecer é um aprendizado. E, até lá, saberei bem como me virar.
Por essas e outras reflexões é que você deve assistir a "Chega de Saudade", principalmente se ainda lhe falta um longo caminho para os sessenta.
P.S: Não posso deixar de dizer que também me influenciaram a escrever esse texto os livros "O Sagrado", de Nilton Bonder e o último artigo de Martha Medeiros, "Os Olhos da Cara".
sexta-feira, abril 04, 2008
Gentileza
Bom, mas para não dizer que não postei nada... Vamos a um trecho do novo e muito interessante livro de Nilton Bonder, "O Sagrado":
"Os presentes mais especiais da vida não são os que conquistamos, mas o que ganhamos como gentilezas. As gentilezas são os brindes que ganhamos antes do querer, são os desejos produzidos posteriormente ao ganho. São as surpresas que driblam a vontade e se apresentam antes da aspiração e do anseio. O manjar antes do apetite."
Volto assim que puder, prometo!
domingo, março 16, 2008
Volúpia com Paixão
Ana (Subtexto: Mais uma visita a esse psiquiatra que mais parece o meu paciente): Bom dia, doutor!
Dr. Genésio (Subtexto: Lá vem a Clara, coitada. Não tem cura e fica me pagando a troco de nada...): Bom dia, Clara!
Ana (Subtexto: Ufa, o bafo de sempre!): Doutor, o senhor me chamou de quê?
Dr. Genésio (Merda, sempre troco o nome dela): Ana, claro!
Ana (Subtexto: Saaaaaco!): O senhor está bem? Que cara é essa?
Dr. Genésio: Não dormi bem, sabe. Edinalva, outra vez, com suas crises...
Ana (Subtexto: Lá vem... Mais uma sessão em que não vou conseguir falar nada...): Entendo. Chato isso de sua esposa, né, o senhor havia comentado que não tem cura...
Dr. Genésio: É, não tem. A última dela foi sair de casa dizendo que resolveria de uma vez por todas a crise entre China e Tibet. Foi direto a uma agência de viagens e comprou uma passagem para a Índia onde, em sua mente doentia, encontraria com Dalai Lama, para um chá das cinco. Sabe, Clara, quer dizer, Ana, eu não agüento mais. Está pesado demais. Já pensei até em suicídio.
Ana: Doutor, não, pelo amor que você tem a Krishna!
Dr. Genésio: Pois Krishna tem me deixado na mão, você nem queira saber...
Ana (Subtexto: Agora chega, tô pagando essa porcaria, ele vai ter que me ouvir): Eu sei, eu sei. Mas, então, doutor, como eu dizia na sessão passada, aquele grilo ainda continua dentro da minha cabeça. E ele percorre o meu sangue, doutor, com a determinação de um vampiro. E está mais para Dusseldorf do que pra Drácula! Daí você já pode imaginar a gravidade...
Dr. Genésio: Sabe, Clara, eu estive pensando em tirar umas férias. Viajar, sabe. Desligar um pouco dessa vida que me deixa louco, desse ambiente pesado... O que você acha?
Ana: Não sei, doutor. O senhor sabe que minhas últimas viagens têm sido de ácido e chá de cogumelo.
Dr. Genésio: Cogumelo... Paris seria uma boa pedida, não?!
Ana: Doutor, eu vou indo...
Dr. Genésio (Subtexto: Como é mesmo o nome dela? Lembrei!!): Ana Clara, você pintou as unhas de vermelho essa semana. É um bom sinal. Sinal de que a depressão lhe abandona aos poucos. Muito bem, filha. A cor?
Ana (Subtexto: Hein?): O que tem a cor, doutor?
Dr. Genésio: Que esmalte você tem nas unhas?
Ana (Subtexto: Era só o que me faltava...): Volúpia com Paixão. É a última moda!
Dr. Genésio (Subtexto: Hummm... O mesmo que Sharon Stone usava nas filmagens de "Atração Fatal"): Bom saber, querida. Bom saber.
Ana vai embora.
Dr. Genésio: Dona Marta, quer dizer, Clara. Ou seria Pâmela? Secretária, pode mandar entrar o próximo psiquiatra!
segunda-feira, março 10, 2008
Limonada
Se você estava meio na dúvida sobre a sanidade mental da autora do blog, agora vai ter certeza sobre suas suposições.
E não é que a mocinha que vos escreve pegou um papel e enumerou suas metas para 2008?! Eu acreditei naquilo. Não sei o que me fez crer naquele homem, cujo depoimento era possivelmente o de um charlatão. Mesmo assim, listei meus objetivos e tenho o papelzinho guardado com o maior carinho, num lugar secreto, para preservar o maridão e a faxineira de um pedido (feito por eles, é claro) de separação.
Agora é que você não volta mais ao blog... Sei que estou correndo esse risco, mas que aspirante à escritora não se arrisca nessa vida?
Foi quando voltei pela primeira vez ao papelzinho e descobri que duas das metas já haviam sido cumpridas. Uma delas, que era para o segundo semestre do ano, se adiantou e me fez um bem danado de bom. A outra... Ah! A outra eu posso dividir com você (aliás é a única que posso divulgar): tomar mais limonada. Tem coisas que a gente pára de fazer, sem explicação, por falta de tempo ou porque não lembra mesmo... Mas que são coisas que a gente ama. E eu havia parado de tomar limonada. E eu amo muuuuuuito uma limonada bem refrescante! Este ano, minha casa virou, praticamente, um limoeiro.
Enfim, para terminar esse papo de comadre, chego à conclusão de que aquele "ólogo" qualquer tinha uma certa razão... (pausa para reflexão) Ou foi a força do meu pensamento? Ou a posição dos astros no momento em que desejei tudo aquilo? Ou a intensidade das palavras? Ou a tinta daquela bic abençoada? Só sei que, depois disso, eis o meu conselho: seja por que motivo for, escreva suas metas, meu amigo. Afinal de contas, não tira pedaço e ainda dá um reforço pros neurônios na hora de contar para os netos quais eram seus desejos naquele ano tão remoto...
segunda-feira, março 03, 2008
Conga - A Mulher Gorila
"Nascida em 1834, Julia desenvolveu uma forma severa de hipertricose, doença raríssima que atinge uma em cada 300 milhões de pessoas, deixando o corpo coberto de pelos pretos."
Julia foi descoberta por um comerciante e passou a ser exibida em freak shows, que divertiam a audiência da Europa e dos EUA, nos séculos XIX e XX. Morreu aos 26 anos, durante o parto de seu único filho, que também faleceu três dias depois de vir à luz. O mais macabro dessa história toda? O empresário mandou mumificar os dois cadáveres e continuou a exibí-los. Mais tarde, as múmias passarm às mãos de um showman norueguês que viveu às custas de mãe e filho por vinte anos... Hoje, finalmente, Julia e sua cria descansam no Instituto Forense de Oslo, longe da curiosidade alheia.
É nessas horas que a gente descobre que não sabe mesmo é de nada. Tudo bem que saber que a Conga tem origens no México, etc e tal não é a coisa mais importante do mundo. Mas, confesso, pra mim é um prazer me informar sobre coisas que não interessam à grande maioria. Mais do que nunca, a teoria - que já virou clichê - de que "Nada se cria, tudo se transforma" é mais do que pertinente no mundo de hoje.
Ah! E desculpem a sessão nostalgia, mas não posso deixar de me abater ao realizar que os incríveis tempos de Conga, no Tívoli Park, não voltarão jamais.
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Sai desse corpo que não te pertence!
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Livros no Carnaval
Eis que começo a ver "Farenheit 451", primeiro filme de François Truffaut em língua inglesa, considerado um clássico da sétima arte. Na verdade, coloquei o filme tão tarde, que dormi na primeira metade. Filme estranho, com gente esquisita, mas que me deixou muito curiosa, me prendeu. Um dia hei de voltar à parte em que parei para saber como acaba a história.
Num futuro qualquer, as pessoas são proibidas de ler e uma equipe de bombeiros corre atrás dos últimos exemplares para quimá-los todos. O que seria da sua vida se você não tivesse o direito de ler? Só de levantar essa questão, o filme já causa claustrofobia e vale a pena.
E você, se arrisca a responder essa pergunta?
quinta-feira, janeiro 24, 2008
Matusalém
Aí, outro dia, essa mocinha que vos escreve chegou em casa feliz e saltitante com as novas aquisições da loja de produtos naturais: cápsulas de chá verde não viam a hora de ser consumidas, comprimidos de Ômega 3 suavam em busca de um novo organismo onde pudessem combater os radicais livres e biscoitinhos ricos em fibras sorriam, ávidos pelo momento de sua degustação.
Foi quando larguei a sacola em cima da pia e senti meus miolos se agitando dentro da mente inquieta. Uma imagem começou a se formar e, mais um pouquinho, pude reconhecê-la. Era Matusalém! Gente, pára tudo. O personagem bíblico viveu 969 anos!!! Tudo bem que alguns estudiosos dizem que essa conta é totalmente furada, mas levando em consideração as palavras do Antigo Testamento, é isso aí mesmo. E mais: Adão foi pai aos 130, Noé aos 500. E isso, minha gente, na Antigüidade, época em que, segundo meus conhecimentos, não havia cápsulas rejuvenescedoras, elixires milagrosos, sucos da luz e parentes próximos dessas susbtâncias.
Taí, a questão permanece e peço a ajuda de vocês para desvendar esse mistério. Serão as soluções propostas hoje pela ciência pura jogada de marketing e caímos feito patinhos? Serão as pesquisas divulgadas nos meios de comunicação manipuladas para vender mais e mais pílulas que prometem a longevidade? Seriam os heróis da Antigüidade seres criados num laboratório do além, programados para ter vida longa, mesmo sem nenhum recurso?
Louca, eeeeeu?
É nessas horas que você vê o que uma simples sacolinha do "Mundo Verde" pode fazer com um ser humano...
quarta-feira, janeiro 02, 2008
2 de janeiro...
1 - Pegar os exames no médico
2 - Reunião na próxima quarta
3 - Gravação às 14h30
4 - Rádio ao vivo
5 - Unha no sábado
6 - Comemoração do aniversário do primo e do tio
Ela sai na rua e percebe que...
1 - Mãe Valéria de Oxossi continua trazendo a pessoa amada em 3 dias
2 - Os termômetros continuam marcando 40 graus
3 - A linda Luna continua deitada na janela, com seu ar blasé
4 - A Pizzaria Guanabara continua aberta
E aí... Se dá conta de que já começou tudo outra vez. Na verdade, já "continuou" tudo outra vez. Mas não podia esperar mais um bocadinho só? Um bocadinhozinho de nada? Uns três dias a mais com a inércia do dia primeiro, vai... De vez em quando é bom... Não? Tá bom, então... Que venha 2008, com tudo! E um Ano Novo cheio de amor e bom-humor a todos os meus quatro leitores assíduos!!